Maravilhas fez em mim

A fé é algo que não se explica por palavras. Gosto de falar, gosto de escrever sobre tanta coisa mas no que toca à fé acho que é assunto meu. Que guardo cá dentro e que vivo à minha maneira. Cresci numa família católica praticante, estudei num colégio católico, fiz todos os sacramentos, fui catequista, cantei no coro litúrgico e vou à missa quase todos os fins de semana. E vou não por hábito mas porque é 1h da minha vida em que me encontro com Deus e comigo mesma. É um momento dedicado à reflexão, que ajuda a relativizar os problemas, a pensar nos outros, a reconhecer erros, a ganhar força para enfrentar a vida, a encher o espírito de alegria e de amor. E para mim o momento dos cânticos é o que mais me enche a alma, que me faz arrepiar, que me aperta o coração, que me emociona, me toca mais fundo. E esta ligação quase mágica cresceu em mim não por obra do acaso mas pela Graça de Deus e com o forte contributo de pessoas que cruzaram a minha vida como o Fernando José, que dirigia o coro com a maior dedicação que conheço, sempre a querer fazer melhor e diferente, a puxar por uma paróquia que precisava de crescer em tantos aspectos. Ensinou-me a ler uma pauta de música, a entrar no tom, a aquecer a voz, mas acima de tudo transmitiu-me a capacidade de sentir a música cá dentro, dando sentido às palavras e usando a música como forma de oração. Esta foi uma aprendizagem conjunta, que vivi com as minhas irmãs mas também com amigas que ficaram para a vida, como a Patrícia Pica que ainda hoje me desafia neste campo. A experiência da apresentação do Festival da Canção da Vigararia é algo que vou guardar para sempre! A energia, a capacidade de trabalho, de envolver toda a gente, de acreditar que a nossa paróquia, ainda que inexperiente nestas andanças conseguisse brilhar, a fé com que abraça cada desafio é uma verdadeira inspiração na minha vida. E falando em música tenho de falar no Pedro e Luís Portugal, na Isabel Agostinho e Anita, na Rita Pica, no João Dinis, no Nuno Tavares, no Pedro Moisés, no Leonel Oliveira... e tantos outros que de uma maneira ou de outra associo na minha cabeça e no coração à música que mais mexe comigo. Foi graças a este percurso, a estas experiências, a estas pessoas que a fé nunca me abandonou. Obrigada a todos por conseguirem transmitir a vossa fé, a Fé da igreja, através das palavras cantadas e sentidas. 


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